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O golpe militar de 1964, além de ter perseguido e violado direitos de centenas de militantes de movimentos sociais e estudantis, partidos políticos e sindicatos de trabalhadores nas cidades atingiu, em Minas Gerais, outros grupos sociais, como trabalhadores rurais e indígenas. O relatório final da Comissão, divulgado em dezembro de 2017, trouxe pesquisas inéditas sobre a ditadura em nosso estado. A Comissão da Verdade mineira demonstrou que, além dos agentes e órgãos públicos de diversos setores dos três poderes do Estado, outras associações, empresas e instituições privadas (do agronegócio, da mineração, dos setores da metalurgia, siderurgia, construção e automobilístico, dentre outros) atuaram em parceria com o regime ditatorial. Conhecer essa complexa rede de agentes e instituições públicos e privados que foram partícipes do regime ditatorial é um elemento importante para o desvelamento das arbitrariedades do passado com vistas à produção da verdade e da memória e para entendermos as imensas violências, injustiças e desigualdades que ainda vicejam em nosso país nos dias atuais.
Profª Drª. Adriana Maria Brandão Penzim
(Professora da Faculdade de Psicologia da PUC Minas)
Participantes convidados:
Prof. Robson Sávio Reis Souza
(Presidente da Comissão da Verdade em Minas Gerais)
Profa. Maria Céres Pimenta Spínola Castro
(Integrante da Comissão da Verdade em Minas Gerais)