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Luís Inácio (Lula) da Silva & Jair Bolsonaro, a Besta de Duas Cabeças das Eleições Presidenciais de 2018.
Por: Ranier Alves
Entre tantas incertezas e temores que assombram as eleições presidenciais de 2018, a maior de todas elas, na certa, é a velha companheira dos eleitores brasileiros: a dúvida! A cruel obrigação de ter que escolher o melhor entre os piores, a difícil tarefa de se reaproveitar uma pequena porção de uma fruta que se encontra em estado de putrefação.
De um lado, a selvageria capitalista desumana da direita. Do outro, a hipocrisia socialista de controle e estagnação da esquerda. Embora sejamos conduzidos a acreditar que nosso direito de escolha é livre e um privilégio, enquanto povo estamos fadados a interagir com essa “pseudodemocracia” onde até mesmo o voto é obrigatório.
Com o chamado à democracia a partir do ano de 1984, após o exorcismo do cruel e desumano regime militar, saímos da hora do pesadelo e passamos a conviver com as cenas trágicas de um filme de terror protagonizadas pela psicose entre PT e PSDB, que revezam entre si a face oculta do mal. No mesmo thriller, o PMDB atua como coadjuvante articulador dos jogos vorazes do poder inescrupuloso, sustentado, é claro, por uma enxurrada de outros partidos que figuram na cena de O Iluminado Sistema Político Nacional.
– Do terror às previsões apocalípticas…
Embora 2018 não seja o fim do mundo, apresenta um vislumbre do que seria a bestialidade que nos espera. “E eu ponho-me a olhar para o palácio do planalto, e eis que do lago (foço) que circundeia essa moderna arquitetura de aspirações feudais, vi subir uma besta de duas cabeças. A primeira se chamava Luís Inácio da Silva (O Lula), a segunda Jair Bolsonaro (O Pastor Militar), e sobre suas cabeças várias ideias, e sobre suas ideias uma blasfêmia ao próprio futuro: o retrocesso”.
A primeira cabeça, dotada de narcisismo e soberba, se auto intitula o messias do povo brasileiro. Dentre as mais de 200 milhões de outras cabeças e almas, é dele a mais honesta, como nunca jamais se ouviu falar (Palavra da salvação). A segunda cabeça, imersa num chauvinismo patético e reacionário, o fundamentalista proclama-se como a salvação do povo, sendo ele o rei da dignidade moral enquanto de sua boca, racismo, homofobia, machismo, e segregação cultural e religiosa jorram feito o vômito de um lunático (Em nome de Jesus!).
Como eleitores, devemos elevar nossa consciência ao estado de percepção da realidade; nossos líderes devem ser um reflexo daquilo que esperamos para o nosso futuro e para o futuro de nossos filhos. E não uma figura pretensiosa e pragmática, fruto do delírio de mentes perversas que se apoderam do nosso desejo infantil de que o mundo seja apenas uma excentricidade fantasiosa como as produções de Walt Disney.
– Podemos?
– Não!
– Devemos assumir nossas posições.
Mas talvez tenhamos que assimilar que os mecanismos de controle impostos diariamente a todos nós, estendem-se por todos os contextos de nossa vida. Como na letra da canção “Redemption songs”, do artista e ativista social jamaicano, Bob Marley, “emancipem-se da escravidão mental, ninguém além de nós mesmos pode libertar nossa mente”. Através dessa atitude, certamente podemos nos libertar das míticas criaturas que assombram nosso futuro.
Como membros de uma sociedade devastada pela natureza corrupta dos homens que comandam este país, não devemos nos colocar à mercê das ações escabrosas da máquina legislativa, administrativa e judiciária; composta por políticos, empresários e grandes latifundiários cuja existência é sustentada pelo poder, opressão, violência, corrupção e por nossa parcimônia mediante a tudo isso.
Em 2018, eu não votarei no filho do Brasil, tampouco no pastor new pentecostal. Meu voto também não será da direita ou da esquerda, mas sim do centro, do meio do povo. Exijo um candidato de ficha limpa, de valores condescendentes como os que vejo saltar aos olhos da população que sobrevive com um mísero salário mínimo; cuja dignidade está impregnada nos calos de suas mãos trabalhadoras e no suor que escorre sobre os sulcos de suas peles marcadas pelo sol e pela resistência.
Meu voto será pensando em cada um dos brasileiros, que apesar dos pesares, não abandonam a esperança de que dias melhores virão.